sábado, 14 de novembro de 2009

Besouro


O Mestre capoeirista diz a seu discípulo mirim que todo capoeirista "pode escolher seu nome, que será para toda vida" e pergunta "que nome você quer ter?".
Então o menino responde "Besouro, pois é preto e voa".
A partir daí o filme de "preto" voa alto.
A realidade dos negros baianos "recém-libertos" [a história se passa a menos de quatro décadas após a lei Áurea] é mostrada em toda a sua contradição: os negros continuam sendo explorados, surrados e violentados.
Então a capoeira cresce, apesar de ser reprimida, como mecanismo de união e fortalecimento do grupo, embora nem sempre dê tão certo assim.
Misturando realidade e mitologia, o filme, baseado no livro "Feijoada no paraíso", de Marco Carvalho, mostra de forma intensa e bonita que "pior do que morrer é viver sob a bota!"

Algumas curiosidades:
- Esse é o filme de estréia do diretor João Daniel Tikhomiroff, publicitário bastante premiado [mais de 200 prêmios, com destaque para os 41 leões, em Cannes].
- Responde pelas cenas de luta o chinês Ku Huen Chiu, de “Kill Bill” e de “O Tigre e o Dragão”.
- O ator principal, Ailton Carmo, também é estreante no cinema. Foi escolhido pelo diretor por ter experiências com a capoeira e ter fisionomia parecida com a de Manoel Henrique Pereira [o Besouro da 'vida real'].

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