quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sonhos - parte I

O sonho é uma manifestação realmente interessante.
E isso não é de hoje. Nem é um fenômeno pós-Freud como muita gente pensa por aí.
Se fossemos ser de fato rigorosos, ‘papai’ Sigmund nem mereceria o crédito de precursor da interpretação dos sonhos.
Calma colegas PSI’s! Vou fundamentar minha polêmica afirmação.
Parece que vocês se esqueceram [ou são todos um bando de ateus! :-)] de José, o filho de Jacó, que era o puxa-saco, digo, braço direito do Faraó do Egito e que, entre outros sonhos, interpretou o famoso enigma das 7 vacas magras que comeram as 7 vacas gordas e continuaram magras [Gênesis, 41:1-7].
Mas não tiro o mérito de nosso querido ‘pai’ Freud, que foi o de abordar os sonhos como uma manifestação digna de investigação científica, já que até então era tido como algo do domínio do sobrenatural.
Além disso, os estudos de Freud nos permitiram entender que funções têm o sonho para o psiquismo e alguns mecanismos através dos quais os sonhos são formados.
Os sonhos são realizações de desejos reprimidos. Mas não ache que é simples assim, porque não é. Se os desejos foram reprimidos, não foi à toa, alguma eles aprontaram! Eles podem até não saber porquê foram presos no baú do inconsciente, mas o ego ainda sabe o que eles fizeram no verão passado!
Então, ardilosamente, nosso amigo desejo lança mão de algumas artimanhas para conseguir colocar a cabecinha para fora da janela, usando para isso os sonhos. E nosso amigo Sigmund identificou algumas delas.
Entre os principais mecanismos de formação dos sonhos temos: a condensação, que é quando uma imagem que aparece nos sonhos representa várias outras fundidas, ou seja, quando você sonha com uma bruxa, esta pode ser sua ex, sua sogra e sua chefe ao mesmo tempo! [:-)]; o deslocamento, que é dar a certos elementos do sonho uma importância maior e menor a outros de forma invertida; e a substituição do conteúdo latente pelo manifesto, como, por exemplo, o que aconteceu no caso do Faraó, que ao invés de sonhar com fartura e escassez sonhou com vacas.
O processo de substituição – do conteúdo real do desejo pela imagem que aparece no sonho – geralmente utiliza situações recentes, e é aqui que realmente começa a minha história! [e, por favor, não reclame que o preâmbulo foi muito longo!]
Outro dia vi uma reportagem no Discovery Channel que era uma espécie de “Emergência 911”, mas com animais de estimação, onde um cão da raça chow-chow estava muito doente e teve que ser sacrificado [a matéria me tocou tanto que fiquei com lágrimas nos olhos, pois é, sou chorona mesmo, fazer o quê?].
No mesmo dia, vi cenas do filme Tróia [sem prestar atenção, pois estava numa recepção, na casa de amigos, onde a TV estava ligada], incluindo a cena em que Aquiles mata Heitor com sua espada.
Pois bem, a noite coloquei meu babydoll, escovei os dentinhos e fui me entregar aos braços de Morfeu [calma amor, não é nenhum amante! [:-)], ‘esquecida’ desses programas. Esquecida uma ova! Meus desejinhos reprimidos, que não são nem de longe comportadinhos como eu [:-D] pegaram essas imagens pra fazer um sonho:
Sonhei com um chow-chow correndo alegremente num campo relvado, então alguém dizia que ele estava muito doente e teria que ser sacrificado; logo em seguida, Aquiles aparecia do nada devidamente paramentado com sua armadura e cravava sua longa espada no coraçãozinho do animal! [:-D :-D :-D]
Nossa, que prato cheio para meus amigos psicanalistas ortodoxos: espada, morte, sangue, armadura... Divirtam-se.
E para os amigos normais, beijos.

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