quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Filme superficial e pensamentos profundos...

Hoje tive uma folga forçada por um motivo bastante desagradável, mas deixemos para lá... não é disso que quero falar.
Sem ânimo para estudar (farei um concurso em breve), assisti à um filme - que não lembro o nome - da 'sessão da tarde' - que não sei como se chama - do SBT (sim, tenho problemas com nomes).
Uma cidadezinha precisava montar um time infantil para participar da liga estadual de futebol americano, o que ficou a cargo do cidadão mais famoso do lugar: um ex-bem-sucedido-jogador. Entre as crianças 'não escolhidas' pelo treinador, um bando de crianças formado de magriçelas, gordinhos, dentuços e 'quatro-olhos', estava sua sobrinha. A menina convenceu seu pai - o irmão mais novo, mais fraco e 'fracassado' do treinador - a montar um time com as crianças que ficaram de fora. Mas como a cidade não poderia ter dois times, eles teriam que se enfrentar para competir pela vaga no estadual.
Não vou contar mais para não estragar a 'surpresa' do filme.
Na verdade entrei nesse assunto por causa da menina. Uma pré-adolescente que gosta de jogar futebol na terra da Barbie... Para as meninas ela é quase invisível, uma esquisita, e para os meninos, é como se fosse um deles, afinal ela joga como bloqueadora, a posição de maior truculência do jogo.
Então fiquei pensando se essa radicalização de papeis sexuais é real na terra do Tio Sam ou mera estereotipia cinematográfica (se bem que se for, é fruto de uma epidemia generalizada, pois todos os filmes de que recordo mostram isso).
Aí lembrei de um brinquedo que vi outro dia sendo anunciado na TV, algo como o shopping center da Polly (ou algo que o valha, também não lembro o nome!). Em todos esses anos nessa industria vital, nunca vi um brinquedo mais preconceituoso: a menininha introduz um cartão (prévia do cartão de crédito do marido?) na parte inferior do aparato, o que abre as portas, literal e figurativamente, para o maravilhoso mundo das compras de roupas e sapatos!
Então me peguei me perguntando:
- o que há de mal nas menininhas jogarem futebol? Eu corria feito uma louca brincando de pique a tarde inteira em meio a muitos colegas (independente de seus gêneros);
- por quê os brinquedos femininos continuam tão ligados à casa e à maternidade e agora até ao brainless shopping (não consigo pensar numa tradução adequada)? Não vou negar que brincava de boneca, mas também pulava muros e subia em árvores... e brigava.
E, podem ter certeza, isso não fez de mim menos mulher.
Que tal deixarmos as menininhas fazerem o que gostam, sem estereotipias hipócritas?
Pensemos nisso...

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